quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fanfic Blair e Chuck Capítulo 26 - Here Comes The Sun (The Final Chapter)

Blair
Blair sentiu os raios de sol tocando sua pálpebra, e piscou de leve algumas vezes.
Com os olhos sonolentos, ela analisou o cômodo. Assim que reconheceu onde estava, ela voltou a fechá-los. Não queria acordar ainda.
Ela sentiu uma doce respiração embaixo de si, fazendo sua cabeça subir e descer. Ela então percebeu que estava deitada em seu peito.
Blair se permitiu abrir os olhos novamente. Ao olhar para cima, deparou-se com um Chuck adormecido. Sua boca estava meio aberta e ele respirava preguiçosamente.
A cena era no mínimo adorável, e a fizera lembrar-se dos tempos em que eles namoravam. Blair adorava os – raros – dias em que acordava antes de Chuck, só porque podia se divertir com aquela cena. Ver Chuck dormir era algo que a deixava surpreendentemente confortável e relaxada. Talvez porque ele estava sempre estressado com o trabalho, e vê-lo tão calmo daquela maneira realmente era algo especial para Blair.
Ela sorriu e apoiou a cabeça em seu peito novamente, acariciando-o devagar com as pontas dos dedos. Chuck se moveu um pouco em resposta, e Blair se perguntou se o havia acordado por acidente.
Ela suspirou aliviada quando viu que ele só havia se ajeitado melhor no travesseiro, e Blair então voltou a dormir. Ou pelo menos tentou.
Lentamente, ela começou a relembrar os fatos da noite anterior. Ela se lembrava de ter corrido da igreja. De ter vindo se encontrar com Chuck, e que não achou apropriado ela estar com o vestido de casamento. Lembrava-se também de ter ido pra casa e dar de cara com Serena, e de finalmente ter voltado ao Empire.
Chuck havia sido tão cuidadoso com ela... E não violento e possessivo como ele geralmente agia. Isso a deixou um pouco chateada, porque ela meio que gostava da agressividade de Chuck. Sabe, nesse sentido em particular.
Blair agradeceu a Deus naquele momento por Chuck não conseguir escutar seus pensamentos constrangedores.
Enfim, ele provavelmente o havia feito por causa do bebê, ela concluiu. Mesmo assim, noite havia sido... Incrível. Trata-se de Chuck e Blair, afinal de contas. Ela não havia pensado em tudo o que estava perdendo nesses últimos meses até que teve tudo de volta para ela. E percebeu o quanto havia sentido falta de ficar com Chuck.
Blair abriu os olhos rapidamente, arregalando-os um pouco. Havia se lembrado de algo mais.
Ela baixou o olhar para sua mão esquerda, que repousava no abdômen de Chuck. Sem saber como agir direito, ela esticou o braço para poder observar o anél na luz.
Ai meu Deus. Ela não havia sonhado. A verdade estava bem ali, cintilando em seu dedo.
- Bom dia. – ela se assustou quando Chuck a acordou de seus devaneios, apesar de seu tom de voz ser suave e ele estar meio rouco, como sempre ficava quando ele acabava de se levantar. – Vejo que está apreciando seu presente.
Ele começou a acariciar as costas nuas de Blair e ela se virou para beijá-lo. Um sorriso bobo cruzou o rosto de ambos.
- Estou mesmo... É lindo! Eu não acredito que é meu. – ela se remexeu na cama, expressando sua felicidade como uma garotinha.
- Sempre foi. – ele beijou sua testa.
Eles passaram mais alguns minutos silenciosos, aproveitando o momento. Blair tornou a falar.
- Não é meio... Surreal o modo como tudo aconteceu ontem? – ela perguntou, falando mais para ela mesma do que para Chuck.
- Afirmativo. Mas eu estive esperando isso por meses. – ele revirou os olhos, fingindo exaustão.
Blair riu de sua expressão. – Bem, e a espera valeu a pena? – ela arqueou uma sobrancelha.
- Cem por cento. – ele roçou os lábios nos de Blair.
Ela sorriu em resposta.
- É tão bom acordar com você do meu lado. – ela apoiou o queixo no peito de Chuck.
- Com sorte poderemos fazer isso pelo resto de nossas vidas de agora em diante. – ele pegou a mão de Blair e a beijou, parando por um momento para apreciar a visão de Blair com seu novo anél. – Quer café-da-manhã? Sabe que podemos pedir qualquer coisa do serviço de quarto.
- Não... Não estou com fome. – ela mentiu. Na verdade, ela só estava com muita preguiça para sair de seu aconchego com Chuck.
Mas de qualquer forma, seu estômago a traiu e roncou baixinho.
- Bem, você pode até não estar, mas nosso bebê certamente está.
Ela riu, ainda acostumando-se ao fato de que dizer “nosso bebê” não lhe parecia mais tão proibido.
Blair esperou paciente e em silêncio enquanto Chuck discava para a recepção e pedia praticamente tudo o que havia no cardápio, e ainda mais alguns outros pratos especiais.
Um vinco surgiu em sua testa quando ele desligou o telefone.
- Eu estou grávida, Chuck. E não morando em algum país de terceiro mundo.
Ele revirou os olhos.
- Desculpe se exagerei, eu só quero que essa menina fique bem fofa e saudável. – sua mão começou a acariciar a barriga de Blair.
- Se com fofa você quer dizer gorda, então não tem com o que se preocupar. Bebês sempre são gordinhos, não importa se a mãe coma pizza ou alface durante a gravidez.
- Sei, você provavelmente fará o bebê passar por algum tipo de dieta especial para que não acumule gordura trans ou coisa do tipo.
Ela parou para pensar sobre isso por um momento. Não se importava de que seu bebê fosse rechonchudo, desde que ela crescesse e se tornasse uma linda, elegante e esguia adolescente de cabelos num perfeito tom de castanho-chocolate que herdaria de sua mãe. Rainhas da escola devem estar sempre bem-cuidadas, Blair faria questão de ensiná-la sobre isso.
- Você acha que ela pode me ouvir? – ele perguntou, sério.
 A frase fez Blair voltar à realidade.
- Talvez. - ela parou e pensou por um minuto. Mal não poderia fazer. – Você deveria tentar.
- O que eu devo dizer? – ele disse, e uma ruga surgiu entre suas sobrancelhas.
Ela analisou a expressão de Chuck, achando uma graça o modo como ele parecia tão preocupado.
- Qualquer coisa que estiver passando pela sua cabeça... – ela falou, mas logo depois se arrependeu. – A não ser que seja alguma coisa relacionada a sexo.
Ele riu. – É claro que não é. – e voltou a ficar sério. – Mas eu estou falando sério. O que eu digo?
- Só... Fale com o coração.
Ele assentiu e delicadamente tirou Blair de seu peito e colocou-a no travesseiro. Depois, posicionou-se ao seu lado.
Blair gemeu em protesto. Não queria sair do conforto de seu corpo. Mas depois compreendeu que não se tratava dela naquele momento. Tratava-se do bebê.
Chuck esticou o braço e voltou a tocar barriga de Blair. Ela estava quase entrando no quinto mês de gestação agora, e embora sua barriga fosse bem visível, ainda era pequena. Ele começou a fazer leves movimentos circulares com o polegar e apoiou a cabeça com a mão livre.
Blair sorriu. Era bom e a deixava um pouco sonolenta, embora ela tivesse acordado somente há alguns minutos atrás.
A gravidez realmente confundia seu corpo. Num minuto ela estava se sentindo cheia de energia, e no outro se sentindo como um urso prestes a hibernar por alguns meses. Também se sentia extremamente faminta de vez em quando, mesmo que tivesse acabado de jantar ou almoçar.
Ela desejava com todas as suas forças que esses fatos fossem normais para quem espera um bebê.
- Oi... Bebê. – Chuck começou, e Blair não pode conter uma risada.
Chuck a olhou, irritado.
- Que original. – ela zombou.
- Ah, cale a boca. Não consegue ver que eu estou no meio de uma conversa importante?
- Eu não acho que isso pode ser considerado uma conversa já que você é o único que fala.
Chuck levou o indicador aos lábios e pediu silêncio para Blair.
- Então... Você está aí há algum tempo agora, e eu nunca falei com você. Peço desculpas por isso. – ele disse, mas pareceu perceber algo e franziu o cenho. – Apesar de não ter sido minha culpa, na verdade.
Blair arregalou os olhos, incrédula. – É claro que é sua culpa! Você nunca pediu para...
- Qual é, Blair. Eu não ia falar com a sua barriga com aquele francês ridículo inspecionando cada palavra. – ele a interrompeu, elevando um pouco o tom de voz.
Blair sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela não queria brigar, e além de tudo ele estava certo. Mas o problema era que ela nunca teria continuado noiva do francês por tanto tempo se Chuck não tivesse abençoado seu casamento. E nem mesmo haveria um francês se Chuck não tivesse dormido com Jenny Humphrey em primeiro lugar. Mas pensando bem, ele só o havia feito porque Blair não foi encontrá-lo topo do Empire State Building. Então na verdade era tudo culpa de Dorota, por ter entrado em trabalho de parto numa hora inapropriada.
Ela chacoalhou a cabeça, percebendo que tudo havia acontecido há muito tempo atrás.
Blair também reservou alguns segundos para pensar em como havia aderido à mania de Chuck de se referir à Louis como “francês”.
Ela tinha que se concentrar: Não. Brigar.
- Desculpe. Continue. – ela colocou uma mecha de cabelo rebelde atrás da orelha.
Chuck suspirou.
- Eu realmente não sei o que te dizer. – ele continuou com sua missão. – Não sou muito bom com palavras.
Foi a vez de Blair franzir o cenho.
- Você é muito bom com palavras quando quer ser.
Ele sorriu, pretensioso.
- É diferente. Você é minha... – ele parou e pensou. Tirando a época em que a época em que haviam namorado, Blair nunca fora nada oficial para Chuck. Quer dizer, é óbvio que ela sempre fora Blair, o amor de sua vida. Mas agora que ele estava pensando nisso melhor, havia uma nomenclatura melhor para ela agora. – Bem, noiva.
Eles sorriram ao mesmo tempo. Era a primeira vez que ele dizia, e nenhum dos dois deixou de notar.
- E ela é sua filha. Então deixe de ser medroso e fale com ela.
Ele respirou fundo e assentiu.
- Certo. Deixe-me pensar... Você causou um belo alvoroço quando foi descoberta, sabia? Devem ser os genes da sua mãe, sempre querendo um escândalo. – ele massageou as têmporas. Depois, deixou o braço cair o lado do corpo, sem voltar a tocar na barriga.
– Eu nunca quero escândalos... Eles é que me querem. – ela justificou, rindo.
- É claro que sim. Continuando, mesmo que sempre tenha essa tendência para o drama, todos já a quiseram de cara, sabia?
- Ah, é mesmo? – Blair perguntou desconfiada.
Ele a olhou, confuso.
- O que quer dizer?
- Bem, acho que eu sempre pensei que você tinha tido meio que um ataque de pânico quando eu lhe contei a notícia. Mas eu nunca pude confirmar a minha teoria, já que desmaiei dois segundos depois. – ela deu uma risadinha nervosa, lembrando-se do dia.
Chuck não riu de volta, estava muito concentrado pensando no que ela disse. De fato, não houvera muito tempo para que ele pudesse absorver a notícia. Num minuto Blair estava ali em parada em sua frente, e no outro estava caída no chão. E todos só tinham uma coisa em mente: ajudá-la!
Mas ele nunca viu a gravidez de Blair como algo ruim. Só queria tê-la de volta, caso o bebê fosse dele. E só queria que ela fosse feliz, caso fosse de Louis. Por mais que fosse doer ter que vê-la se casando com outro. Mas definitivamente não, ele nunca enxergara o bebê como algo negativo.
- Blair, é claro que eu fiquei... Assustado, quando você me contou. Mas eu nunca iria te abandonar, sumir da sua vida sem nem menos saber se era meu, se é isso que você pensa.
Ela sorriu timidamente, corando um pouco. Quando se tratava de Chuck, ela nunca sempre achou seguro pensar que o pior pudesse acontecer. Chuck fugir para a Tailândia ou coisa do tipo. Ela preferia fazer isso para que não se decepcionasse.
Felizmente – e surpreendentemente – essa fora uma das vezes em que Chuck ficou ao seu lado.
- Você se lembra de quando eu te disse que queria que o bebê fosse de Louis?
Ele piscou para ela, sem entender onde ela queria chegar. Lentamente, ele afirmou com a cabeça.
- Bem, eu acho que inconscientemente... – ela pareceu se lembrar de algo por um momento – ...E meio imprudentemente, você tem que concordar, eu sempre desejei que o bebê fosse seu.
Chuck abriu um sorriso, aquele sorriso diferente que ele dava de vez em quando.
Aquele sorriso sincero que Chuck abria quando se sentia genuinamente feliz. Blair comparava-o quase com o sorriso de uma criança numa manhã de Natal, ou com o sorriso orgulhoso de um pai ao ver seu filho receber o diploma da faculdade. Um sorriso que Blair sabia que era uma das únicas e sortudas pessoas que conheciam.
Eles ficaram se olhando por alguns míseros minutos, pensando em tudo o que haviam passados juntos desde seu primeiro beijo. Chuck acariciando delicadamente a bochecha rosada e macia de Blair.
Até que de repente, Blair cortou o clima do momento, sentando-se na cama. Com um pouco de dificuldade obviamente, mas ainda assim foi bem um movimento bem rápido.
Chuck estreitou os olhos.
- O que está fazendo? Eu não quero que você levante ain...
- Você... Por acaso você... Sentiu isso? – ela perguntou, virando-se para Chuck. Ele não conseguiu decifrar sua expressão. Não parecia assustada... Estava mais para surpresa.
- Senti o que?
- Ai meu Deus, eu acabei de sentir de novo.
Agora ele estava preocupado. – O que Blair? O que foi? - ele disse, sentando-se ao seu lado.
- Ai meu Deus! – ela repetiu, e um sorriso surgiu em seu rosto não mais apavorado.
- Blair, o que está acontecendo? Está sentindo alguma dor ou... – ele disse, ainda sério e ignorando completamente a felicidade no rosto de Blair.
- Não, Chuck! Ela chutou!
- O que?! – ele perguntou, confuso. – Quem chutou?
Blair revirou os olhos, impaciente. – O bebê, Chuck! O bebê chutou!
E então ele entendeu. E finalmente compartilhou a alegria com Blair.
- Ela já fez isso alguma vez? – ele sabia que era uma pergunta inútil, pela reação de Blair.
- Não, ela nunca tinha... Ai meu Deus, Chuck. Você tem que sentir isso!
Ela puxou as mãos quentes de Chuck para sua barriga novamente.
- Diga algo!
- Tipo o que?
- Qualquer coisa, Chuck.
- Bolinhos!
- O que?!
- Desculpe, desculpe! Eu estou faminto, e você disse que eu podia dizer qualquer coisa.
- É, mas não algo estup...
Mas a conversa foi interrompida por uma manifestação a mais. Chuck sentiu a pequena força contra sua mão.
Uau. Era tão estranho. Meio assustador mas... Legal. Sim, era definitivamente legal.
Ele sorriu. Estava concentrado demais para perceber o modo como Blair o olhava.
Era encantador o jeito como Chuck estava achando aquilo tão incrível. Quer dizer, Blair estava achando bem incrível também, e estava tão assustada quanto ele, mas ela já havia sentindo o bebê se mexendo dentro dela há muito tempo atrás. Ainda assim, os chutes eram uma experiência totalmente nova.
Devia ser diferente para os homens. A primeira prova real da existência de seu bebê, tirando o ultrassom distorcido e a barriga óbvia de grávida.
- Acho que ela gosta da sua voz. – ela concluiu.
- Você gosta da minha voz, bebê? – ele sussurrou perto do pequeno umbigo de Blair.
Alguns segundos depois, ambos sentiram o chute em resposta. Chuck sorriu, deliciado.
- Acho que isso foi uma mão. – Blair disse, sentindo a própria barriga.
 - Então foi um soco. – Chuck levantou as sobrancelhas. – Talvez você venha a se tornar uma ótima lutadora de boxe. O papai pode te comprar um ringue, se você quiser.
- Onde é que nós colocaríamos um ringue, Chuck? – Blair perguntou, apontando a loucura que Chuck estava dizendo.
- Quem sabe uma academia de boxe inteira seria mais adequada? – ele sugeriu.
- Nada que tenha a ver com esportes perigosos é adequado. Ela vai ser uma princesinha, não vai? – ela disse num tom infantil.
- Você costumava jogar tênis quando era adolescente. Por que ela não pode?
Blair surpreendeu-se. Como Chuck se lembrava disso? Ela tinha uns 15 anos, e nem era muito próxima dele na época.
- Como é que você se lembra disso? – ela perguntou, meio boquiaberta.
- Você podia até não me dar atenção quando éramos mais jovens, mas sempre esteve na minha mira, Waldorf. – ele respondeu sem desviar os olhos da barriga.
- “Quando éramos jovens...” – ela repetiu numa imitação exagerada da voz de Chuck. – Você faz parecer como se nós tivéssemos 60 anos.
- Bom, e nós de fato teremos, um dia.
- Eu posso até ver você andando com uma bengala por aí... – ela disse mais para si mesma, rindo.
- Pode nos imaginar com netos?
A palavra fez Blair mudar de humor num instante.
- NETOS?! – ela disse horrorizada. – Chuck, eu não sou nem uma mãe, ainda, e você já me vê como uma... Uma avó?!
- Não sei por que ficou tão surpresa. Eu penso no futuro, sabe... Além disso, você ficaria uma graça cheia de rugas. – ele tentou provocá-la, contendo-se para não rir quando a feição de Blair ficou ainda mais assustada.
“Rugas.” Ela pensou. Tudo bem, ela estava noiva e grávida, o que realmente poderia ter atiçado Chuck a pensar no futuro. Mas francamente, imaginá-la com rugas?! Ela não sabia se deveria tentar estrangulá-lo, ou beijá-lo eternamente por ter os imaginado juntos por tanto tempo – muito tempo mesmo. Ela tomaria todos os cuidados necessários para que suas rugas chegassem o mais tarde possível.
- Como é que você pode sequer pensar em netos, sendo que o nosso precioso e pequeno bebê ainda nem deu as caras nesse mundo? Você não espera que ela se torne uma protagonista de Grávida Aos 16, não é mesmo? Você sabe o que o nosso lindo anjinho precisaria fazer para nos dar netos, não é mesmo, Chuck? – ela terminou ofegante.
- Ah, pode crer que eu sei. – ele disse distraído enquanto Blair revirava os olhos. - Como acha que devemos chamá-la? – ele perguntou, mudando de assunto.
- Hein? – Blair respondeu ainda aturdida. – Chamar quem?
- O bebê, Blair. – ele rolou os olhos. – Que nome daremos a ela?
 - Ah, bem... – ela tentou esquecer a conversa sobre netos. – Acho que eu nunca parei para pensar sobre isso. Quero dizer, Serena e eu tivemos inúmeras conversas no colegial sobre como chamaríamos nossos futuros filhos... Mas não conversamos sobre isso recentemente.
- Eu imagino as sugestões que Serena pode ter dado.
- Lembro-me de quando ela disse que chamaria de Brad e Angelina se tivesse gêmeos. – ela riu pensando na melhor amiga.
- Grande Serena. – Chuck riu também.
- É... – ela continuou sorrindo.
– E você? Quais foram as suas sugestões?
- Não consigo me lembrar de nenhuma. – ela mordeu o lábio inferior.
- Aposto como chamaria de Audrey ou Holly.
- São ótimos nomes! – ela argumentou sem sucesso. – Bom, imagino que Holly Bass não fique muito bom mesmo. E você, gênio. Que nome daria?
Chuck pensou. Essa era um decisão importante, o nome que iriam cantar ao fim da canção de feliz aniversário da garota e o nome que gritariam quando ela fizesse algo de errado e precisasse de uma bronca. Embora ele não conseguisse se imaginar dando bronca em sua futura filha. Seria ele o tipo de pai que cortaria a mesada dos filhos ao invés de conversar com eles? Assim como Bart era? O simples pensamento lhe causou arrepios.
Não. Ele lutaria até seu último segundo de vida para não ser um pai como Bart.
- Kimberly? – ele disse não muito seguro. Blair fez uma careta.
- Argh. Muito Kardashian para o meu gosto.
- Rachel? – Chuck falou um nome aleatório.
- Claro! E se tivermos um bebê menino mais pra frente o chamaremos de Ross, e continuando nesse ritmo em menos de quatro anos teremos miniaturas do elenco inteiro de Friends correndo pela casa! – ela ironizou numa falsa felicidade que logo se tornou numa expressão emburrada.
- Certo. – ele concordou. – Quem sabe Penelope?
 - Por mais que seja bonito, eu nunca chamaria a minha filha com o mesmo nome de uma das minhas seguidoras.
Chuck nem havia se lembrado da antiga colega de classe de Blair.
- Gretchen? – ele disse, já sabendo que Blair não iria gostar.
- O que? Gretchen?! Você consegue mesmo se imaginar chamando sua filha de Gretchen?! Eu acho que aquela coroa nojenta que trabalhava na cozinha da Constance se chamava Gretchen.
Chuck a ignorou e continuou. – Bridget?
- Muito O Diário De Bridget Jones.
- Melody? – ele arriscou.
- Muito irritante. Melody seria o tipo de garota que discutiria sobre artigos do jornal com os professores no tempo livre. E que gosta disso.
- Melissa. – Chuck tentou mais uma vez, já se arrependendo de ter mencionado o assunto.
- Melissa por outro lado seria o tipo de garota piranha que sentaria no colo dos garotos durante os intervalos de aula. Chuck, você está sugerindo péssimos nomes!
Chuck suspirou, massageando as têmporas. E então teve uma idéia.
- Que tal Charlotte? – ele sugeriu, uma vaga lembrança do sonho da noite anterior cruzara sua mente.
Charlotte.” Blair pensou em silêncio. Poderia dar certo.
- Chuck... – ele se começou a se preparar psicologicamente para mais uma bronca. – É perfeito! – ela exclamou animada. Depois, se inclinou até Chuck e o beijou.
- Acha mesmo? Quero dizer... Esse vai ser mesmo o nome da nossa filha? – ele perguntou animado e ao mesmo tempo meio nervoso.
Mas Blair não respondeu. Estava muito encantada pensando nos anos que viriam. Como Charlotte diria as primeiras palavras – mamãe, se ela tivesse sorte. – um dia. E como ela colocaria lindas tiaras, uma diferente a cada dia, na cabeça da filha quando ela estivesse pronta para usá-las.
- Charlotte Bass... – ela disse por fim. – Isso soa muito bem, não acha?
- Definitivamente. Ficará lindo impresso no primeiro cartão de crédito que eu darei a ela. – ele concordou rindo.
- É, cuidado com isso. – ela alertou. – Essa garota tem sangue Waldorf correndo nas veias. Cartões de crédito são um perigo nas mãos de pequenas adolescentes Waldorf com hormônios à flor da pele.
- Ah, confie em mim. Eu sei disso. – Blair o olhou, confusa. – Experiência própria. – ele explicou.
- Chuck, esse nome é absolutamente maravilhoso. E podemos apelidá-la de Charlie...
- Charlie... Você gosta, bebê? – ele voltou a conversar com a barriga de Blair.
E para a surpresa de ambos, o bebê de fato chutou em resposta.
- Você já é um bebê tão inteligente! – Blair exclamou e seu estômago roncou novamente. Havia se esquecido do quanto estava faminta.
- Céus, onde estão esses imprestáveis com a nossa comida? Há séculos eu fiz a ligação. – Chuck disse, impaciente.
Alguns minutos depois, os funcionários do Empire estavam entrando no apartamento e deixando um verdadeiro banquete na sala.
Chuck se levantou e trouxe a grande bandeja prata até o quarto, colocando-a na cama.
Eles comeram furiosamente, brincando um com o outro enquanto o faziam.
Estavam ambos absortos demais em sua própria felicidade para perceberem que já passava de uma hora de tarde, e eles na verdade deveriam estar almoçando.
Aquele era seu ninho de amor, seu paraíso particular. E eles não pretendiam sair de lá tão cedo. Iriam se casar, e alguns meses teriam um bebê. Mal podiam acreditar!
A vida de Blair dera uma reviravolta gigantesca nos últimos anos. Nada havia ocorrido como ela planejara. Não havia conseguido Nate, que por tanto tempo ela julgou ser sua alma gêmea - pensamento que agora a fazia rir. Não havia entrado em Yale. Não ocupou um lugar na lista de 10 Mulheres Mais Poderosas do Mundo. Christian Louboutin não nomeara um sapato em sua homenagem, assim como fizera com Serena.
E ainda assim, mesmo não tendo alcançado nenhuma de suas metas, Blair nunca se sentira tão feliz em sua vida. Tinha novos objetivos agora. Novas expectativas para seu futuro.
E ela ficava muito orgulhosa em dizer, que agora seu futuro se resumia a Chuck e seu bebê.
Fim


OBS: direitos autorais de http://gossipgirlmeuvicio.blogspot.com

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